Empresários gaúchos buscam em Curitiba inspiração para revitalizar ruas comerciais – 05/11/2011
Comitiva organizada pelo Sebrae/RS visita a Nova Rua Riachuelo, a Praça Tiradentes e o Paço da Liberdade; experiência bem-sucedida vira modelo nacional ...
A exemplo do que ocorreu em Curitiba, que iniciou em 2008 a revitalização do entorno do Paço da Liberdade, prédio histórico que já abrigou a sede da Prefeitura, as cidades gaúchas de Novo Hamburgo e São Leopoldo também passaram a desenvolver propostas de transformação das Ruas Grande e da Independência, respectivamente.
Com a finalidade de conhecer os detalhes da experiência paranaense, o Sebrae/RS - Unidade de Sinos, Caí e Paranhana organizou visita técnica à capital paranaense. Uma comitiva com mais 30 participantes esteve na capital paranaense, na última terça-feira, dia 1º, para conhecer de perto a Nova Rua Riachuelo, a Praça Tiradentes, o Paço da Liberdade e Região.
Os empresários e representantes do poder público e de entidades de classe foram recepcionados na sede do Sebrae/PR pela consultora da entidade, Walderes Bello, que apresentou o Projeto Revitalização do Entorno do Paço da Liberdade, uma iniciativa pioneira do Sebrae/PR, Sistema Fecomércio-SESC-SENAC/PR e Prefeitura de Curitiba.
A transformação da Riachuelo é uma das etapas do processo de revitalização do entorno do antigo paço municipal, região central de Curitiba, que contempla quatro eixos: turístico-histórico, conceito, gastronômico e serviços. A meta da proposta é aumentar o movimento de pessoas na região, que durante anos foi deteriorada pela falta de segurança e de investimentos.
Durante o encontro, Walderes Bello falou da recuperação do prédio do Paço da Liberdade, essencial para atrair novos turistas e visitantes para região foi o que o motivou o surgimento do Projeto. A gestora destacou aos visitantes a importância da participação do poder público e das parcerias para o sucesso da iniciativa. “Sem esta integração dos parceiros o resultado alcançado seria provavelmente diferente, talvez, teríamos apenas lojas melhor gerenciadas ou apenas calçadas melhoradas. As parcerias foram fundamentais para tornar a região mais atrativa e gerar visibilidade à ideia.”
A gestora avalia que essas visitas de comitivas são importantes porque os participantes podem a adaptar as ações realizadas em Curitiba à realidade de cada cidade. O respeito às diferenças culturais entre os comerciantes envolvidos no projeto de revitalização, o fato de os empreendimentos serem familiares e, por consequência, a base de sustentação dessas famílias, e os cuidados com a forma de comunicação foram, para a consultora, algumas lições do projeto. “Quando atuamos com o comércio de rua, levamos os empresários a olhar o espaço onde estão inseridos de forma mais ampla e integrada. A revitalização do Paço é um processo contínuo de melhorias, que deve durar muitos anos ainda e, talvez, não tenha fim”, explica Walderes Bello.
Marco Aurélio Copetti, gerente regional do Sebrae/RS - Unidade de Sinos, Caí e Paranhana, comenta que as dificuldades para concretização dos projetos gaúchos são semelhantes ao caso do Paraná: resistência à mudança, ruas degradadas, com pouca iluminação, falta de segurança e atrasos nas obras.
O gerente acredita que visitas técnicas como a realizada ao Paço da Liberdade despertam a conscientização dos envolvidos nos projetos de revitalização. “Reunir empresários e agentes do poder público e das entidades de classe é importante para que conheçam experiências semelhantes, entendam a complexidade do processo e inspirem-se nas soluções encontradas pelos grupos para solucionar problemas”, destaca Copetti.
A Rua da Independência, em Novo Hamburgo, caracteriza-se pela presença de grandes redes comerciais, por isso, foram inseridos ao projeto de revitalização, empresários de micro e pequenas empresas das vias transversais.
Nilo Renato Pereira, proprietário de uma loja de roupas na Rua Grande, em São Leopoldo, considera a visita técnica como uma forma de olhar para ‘além de seu umbigo’. Além da reforma das calçadas, o empresário almeja que a proposta de mudança na Rua acabe com a poluição visual. “Minha expectativa é muito grande com esse projeto. O caso de Curitiba vai nos ajudar a tomar algumas decisões. Acredito que a reformulação da Rua eleve a autoestima dos empresários como ocorreu com os comerciantes da Riachuelo”, opina. A Rua Grande tem extensão de oito quadras e abriga 200 empresas.