Região - Apenas três escolas aderem à greve nas cidades da região.
Sapucaia do Sul, 22 de Novembro de 2011
Em São Leopoldo, Sapucaia e Esteio 3.160 estudantes estão sem aula nas estaduais.
Das 58 escolas estaduais de São Leopoldo, Sapucaia do Sul e Esteio, apenas três aderiram à paralisação dos professores estaduais. Em São Leopoldo, das 26 estaduais apenas o Instituto Pedro Schneider (o Pedrinho) aderiu à greve dos professores, assim como apenas uma das 12 de Esteio – a Augusto Meyer – e uma das 20 de Sapucaia do Sul – a Maria Medianeira. No total, 3.160 estudantes começaram a semana sem aulas.
De acordo com a diretora do Pedrinho, Neusa Thiesen, a decisão foi tomada na sexta, após a assembleia geral. “Essa é uma greve diferente das outras. Estamos com um eixo claro que é a lei do piso nacional e a defesa do ensino médio’’, afirmou ela, que ainda não sabe como recuperar as aulas perdidas. “O aluno nunca foi prejudicado em nenhuma greve e isso também não acontecerá agora. Assim que atingirmos o objetivo, construiremos o calendário de recuperação conforme a lei.”
Alunos apoiam
Ontem pela manhã, três estudantes do 4.º ano do magistério procuraram o Instituto Pedrinho para conversar sobre a greve. “O nosso futuro é o presente dos professores de hoje. Queremos ter uma base na educação quando estivemos liderando uma sala de aula’’, disse a aluna Francielle Esmipiz, 18 anos. Para o aluno Everton Pereira, 18, a paralisação é pertinente, mas antes deveria ter sido debatida com os estudantes. “A gente se pergunta de que forma será feita a recuperação. Isso deveria ter sido conversado com os estudantes em sala de aula, até porque vai prejudicar alunos e professores.”
Pais estão preocupados
Alguns pais procuraram a escola Pedrinho ontem pela manhã buscando informações sobre a greve e para saber de que maneira as aulas serão recuperadas. Esse foi o caso do empresário Cleber Peres, 35 anos, que tem um filho cursando o 2.º série do ensino médio. “Ele está com boas notas e praticamente já passou de ano. A minha preocupação, porém, é se essa greve não vai prejudicá-lo e fazê-lo pegar alguma recuperação.’’ Mesmo assim, ele diz que entende a situação dos professores, mas acredita que a hora para a greve foi errada. “Eles têm o direito, mas precisam pensar nos alunos também. Deviam ter feito esta greve no início ou metade do ano e não agora.’’
Cpers não divulga números
A Secretaria Estadual de Educação divulgou que em um levantamento feito em 2.100 das 2.554 escolas estaduais, 45 pararam totalmente, o que daria 2,14%. Do lado do sindicato, se evitou falar em números, mas sim na mobilização que é feita pela categoria nas escolas do Estado. Para a presidente do Cpers, Rejane de Oliveira, “foi um dia de muito debate”. O comando de greve já faz vigília em frente ao Palácio Piratini, e deve reforçar a mobilização a partir da quinta, quando terá assembleia, às 14 horas.
Estado diz que haverá conversa
Segundo o secretário de Educação, José Clóvis de Azevedo, a adesão dos professores foi muito baixa no primeiro dia de greve. “Já tínhamos a avaliação de que a paralisação seria muito baixa, porque os professores tem bom senso”, comentou. Azevedo explicou que o governo estudará o momento de chamar o Cpers para conversar sobre o fim da greve. “Apesar da forma agressiva como o Cpers se dirigiu ao governo, mesmo assim nós vamos conversar”, garantiu.
Fonte: Jornal VS