Pai que matou filho e cometeu suicídio não aceitava separação
25/10/2011
O caso aconteceu no bairro Campestre na tarde de segunda-feira.
Supostamente tomado pelo sentimento de perda e de rejeição, o pedreiro Nelson Pereira, de 44 anos, matou o filho de três meses e depois tirou a própria vida, no início da tarde de ontem, em São Leopoldo. Murilo Vinícius Faleiro Pereira, o filho caçula de sete irmãos, mas único fruto do relacionamento afetivo entre a diarista Raquel Nunes Faleiro, 37, e o pedreiro, foi enforcado pelo pai. O corpo foi encontrado pelo irmão de 9 anos. O bebê e o pedreiro estavam pendurados por cordas diferentes, um de frente para o outro, no quarto de hóspedes, na casa de madeira alugada pelo homem, que morava sozinho.
O caso, registrado na Rua Victor Otto Daudt, no bairro Campestre, deve ser apurado pelos agentes da 3.ª Delegacia de Polícia de São Leopoldo. Raquel, a mãe do bebê, que recebia o apoio de amigos e vizinhos em frente à casa onde mora com a família, disse estar separada de Pereira desde a gravidez. Ela contou que foi surpreendida pelo homem quando saía para trabalhar, ontem, às 8h30. O pai queria levar o bebê, mas ela não teria permitido. O pedreiro foi na residência da vó e levou a criança. Raquel contou que recomeçou a trabalhar ontem, após o período de licença maternidade.
Irmão encontra corpos
Raquel Faleiro teria chegado por volta das 15 horas em casa. Quando soube que a criança estava com o pai pediu ao filho de 9 anos para pegá-lo, do outro lado da rua.
“Ele voltou quieto e sentou no sofá. Quando eu lhe perguntei o que acontecera, ele disse que Nelson e a criança estavam enforcados e começou a chorar. Fui até a casa e vi Nelson suspenso, com os pés próximos do chão, mas não vi meu filho. Fiquei desesperada. Procurei embaixo da cama, no banheiro, embaixo da casa. Não o encontrei.’’
Com a intenção de ajudar a mãe, o filho mais velho, de 21 anos, teria entrado na casa, encontrado a criança, retirado da corda e a colocado sobre a cama.
Mamadeira e fralda
“Ele disse que iria pegar o Murilo para ficar com ele hoje (ontem). Eu disse que não, pois o dia combinado era no domingo e isso não aconteceu’’, disse Raquel Faleiro. Mesmo diante da negativa, segundo Raquel, ele foi até a casa da família e saiu de lá com o bebê no colo. A avó da criança, mãe de Raquel, Maria da Graça Faleiro, 63 anos, garante que o pai sempre foi muito amável com o bebê e que ele teria pedido à ela, por volta do meio-dia, a mamadeira e a fralda.
Vizinhos estavam incrédulos
Vizinha e amiga da família, a doméstica Maria Ribeiro, 43 anos, diz que Nelson Pereira e o bebê estiveram em sua casa na parte da manhã e ela não notou nada de estranho ou anormal. “Ele disse que era para eu visitar o bebê com frequência, porque ele estaria indo embora.’’ A madrinha da criança e também vizinha da família, a dona de casa Ana dos Anjos, 57 anos, lembra que encontrou Pereira durante o final de semana bebendo muito. “Eu ainda disse a ele que não era dessa forma que ele traria Raquel de volta. Ele falou que iria embora. Eu disse que ele fazia a coisa certa.”
Fonte: Jornal VS